terça-feira, 23 de março de 2010

Documentário – fim da temporada

Pode parecer que foi tudo planejado, mas acreditem: não foi. A verdade é que o meu Macbook, junto com a webcam, possui uma visão privilegiada do meu quarto – que já foi do Zé um dia.

No dia em que armamos para a Elena tirar o atraso com o Zé, acabei indo parar na casa da Bella. A ideia de nos conectarmos ao meu computador para dar uma espiadinha nos dois foi dela. Eu podia ter argumentado que era uma invasão de privacidade, mas ela me garantiu que a Elena não iria ficar brava.

O espetáculo ao qual assistimos foi bem diferente do relatado pelo Zé no post anterior. Para um futuro diretor de cinema, a performance dele como ator de comédia surpreende. É claro que eu não vou colocar o vídeo aqui, mas vou fazer uma espécie de narração dos “melhores momentos”, conforme o tempo de gravação.

2 min – Os dois ficam se beijando de pé, em frente à câmera. Não dá para ver nada e só se ouve os ruídos das pias sendo desentupidas, até ela empurrá-lo para a cama.

3 min – O Zé começa a reclamar de indisposição e pergunta se ela não quer assistir TV na sala.

10 min – Depois de conversarem baixinho por um tempo (inaudível), a Elena começa a tirar a roupa (ueba!). O Zé assiste ao strip parado, o que a leva a tirar a roupa dele também.

15 min – Os dois começam a ralação. O Zé continua duro feito uma estátua, menos na parte do corpo que interessa, e parece até tremer diante dela. A Bella estava achando tanta graça que nem ligou para o fato de eu estar babando no corpo da amiga.

21 min – Elena se esforça para tentar despertar o belo adormecido, que finalmente esboça uma reação.

29 min – Zé pega uma camisinha, mas volta a amolecer na hora de colocar. Ele amaldiçoa a camisinha enquanto Elena o espera deitada na cama, já desanimada.

35 min – Determinado, Zé parte para mais uma tentativa. Elena percebe que está sendo filmada e começa a tirar onda, sem esperança de que alguma coisa mais aconteça.

51 min – Elena desiste e pede para ele parar. O Zé a abraça e começa a chorar no ombro dela, que olha para a câmera sem saber o que fazer.

55 min – Zé melhora e os dois conversam deitados na cama. Discretamente, ele ainda tenta fazer o bicho subir, mas nada acontece.

1h04 min – Elena se levanta e vai ao banheiro. No caminho, fecha o Macbook e encerra a transmissão.

terça-feira, 16 de março de 2010

Armadilha final

Quando começamos este blog, imaginei que fosse encontrar aqui pessoas dispostas a compartilhar pensamentos e encarar discussões de alto nível, cheguei até a brindar os leitores com algumas de minhas histórias que, certamente, virarão clássicos instantâneos do cinema dentro de alguns anos.

Não obstante, tudo o que recebi de volta foram insinuações descabidas e comentários tolos sobre minha vida sexual. Pois bem, então daremos um pouco de circo ao povo hoje!

Reconheço que meus padrões são mesmo elevados, mas abri uma concessão importante quando comecei a sair com Elena. Jamais imaginava que pudesse trocar mais do que duas palavras com alguém que frequentava o mesmo meio social do meu colega de apartamento.

Se fui tolerando os deslizes dela sobre conhecimentos culturais mínimos, foi para não ser acusado de arrogante. Sim, a beleza dela também me entorpeceu, principalmente aquela pele morena, do tipo que ficava quase negra depois de um fim de semana na praia.

De certo modo, achava que podia transmitir a ela ao menos um pouco do meu conheço, e também ao Felipe. Por isso insistia para que ele fosse conosco ao cinema e assistisse à cerimônia do Oscar. E pensei que estivesse no caminho certo quando ele sugeriu que assistíssemos ao documentário sobre o Jards Macalé em cartaz no cinema, aproveitando que Elena estaria fora no fim de semana.

É claro, eu podia ter desconfiado quando, depois de assistirmos ao filme, ele quis ir direto para casa, mas se recusou a subir, dizendo ter outro compromisso e que passaria a noite fora. Lá em cima, Elena me esperava e revelou ter combinado toda a jogada com o Felipe. Assim, ela teve tempo de preparar um jantar romântigo com direito a vinhozinho e, nas palavras dela, “criar o clima” para nós.

Até que começamos bem, mas eu continuava irritado por ter sido enganado, e as coisas começaram a degringolar depois do jantar, quando ela me arrastou para o meu antigo quarto, tomado pelo Felipe na base da grana.

Estava evidente que ali não tinha clima para acontecer nada. Mas ela insistiu naquele estranho ritual de tirar as minhas roupas e tentar me fazer pegar no tranco, como se eu fosse um carro velho. É claro que eu poderia levá-la à loucura a hora que quisesse, mas estava decidido a não dar esse gostinho a ela, só de pirraça.

No final, ela ainda teve a coragem de me perguntar se a culpa era dela, como se não fosse óbvio! Definitivamente, não estou disposto a aturar joguinhos de sedução de quinta categoria, tirados de filmes pornôs enlatados.

terça-feira, 9 de março de 2010

Rei da vela

A muito contragosto, fui parar com o Zé e a Elena no cinema neste fim de semana. Não para assistir a um filme, como todo e qualquer mortal, mas QUATRO! O Zé queria assistir a todos os concorrentes do Oscar – nós já tínhamos visto o Bastardos Inglórios juntos – assim como o o xará dele, o Zé Wilker. Pensando bem, até o jeito de falar dos dois é meio parecido…

Enfim, bem que tentei fugir desse programa de índio, ou melhor, de vela. Estava cheio de trabalho pra fazer e a minha ideia era até dar um pulo no escritório, de onde os meus chefes, aliás, parecem não sair nunca. Mas quem disse que o Zé me largou?

Meu colega de apartamento criou uma estranha fobia nas últimas semanas e não quer ficar sozinho de jeito nenhum. Sugeri a ele chamar a Elena para fazer companhia, mas só foi citar o nome dela pro nervosismo aumentar ainda mais.

O resultado é que tive de acompanhá-lo até o cinema, onde ele havia combinado de encontrar a namorada, e ainda emprestar dinheiro para as entradas, já que o meu amigo anda sempre duro. Uma ironia para quem me acusou no post passado de querer ficar com ela.

- Não quer ficar e assistir o filme com a gente? Estão falando superbem desse argentino – ele convidou.

- Não, obrigado – respondi. Vou deixar vocês namorarem um pouco e…

- Deixa disso, você não atrapalha nada, não é Elena?

Ela deu aquele sorrisinho amarelo que vocês podem imaginar, como se a culpa fosse minha. E assim assistimos aos dois filmes no sábado e outros dois no domingo, sempre no maior climão, exceto pelo meu amigo, que comentava empolgado sobre os filmes como se Elena e eu fôssemos dois críticos de arte.

Pra fechar a noite, quando voltamos pra casa o Zé quase implorou para eu assistir à cerimônia do Oscar com eles. Só pude ir para o quarto e dormir depois que a Elena resolveu pedir um táxi e ir pra casa. E naquela hora o Guerra ao Terror só tinha ganho um dos seis Oscars daquela noite…

terça-feira, 2 de março de 2010

Paredão

Como vocês devem imaginar, este vosso humilde escriba odeia programas como o Big Brother Brasil. Infelizmente, agora que forçosamente cedi o quarto para o meu colega mais bem provido de posses e passei a dormir na sala, sou obrigado a assistir a essas porcarias na TV. Aliás, “porcaria” e “TV” para mim são praticamente sinônimos.

Devo reconhecer, não obstante, que minha vida bem se parece com a de um BBB nos últimos tempos, a ponto de achar que, às vezes, o Pedro Bial está conversando diretamente comigo durante as transmissões. Afinal, todos parecem saber o que acontece na minha casa e tiram suas próprias conclusões – erradas, claro – dos meus posts aqui neste blog.

Mas o pior foi ver que alguns comentários maldosos e desprovidos de fundamento acabaram influenciando o comportamento da minha namorada. Ela começou a relacionar a minha doença no Carnaval, a perda do quarto para o Felipe e outros mal-entendidos relatados no blog a uma suposta inabilidade para concretizar o ato sexual. E ainda acha que eu estaria evitando situações em que pudesse ficar sozinho com ela, com receio de que poderia “rolar” algo.

Foi duro – sem trocadilho – convencê-la de que minha visão sobre sexo e diferente da dos demais mortais. Convenhamos – eu disse a ela - se eu quisesse, poderia trazer pelo menos uma garota por semana para o apartamento. Nada que um pouco do meu charme e da minha capacidade de conquista não fossem capazes de conseguir, ainda mais na faculdade, onde a quantidade de mulheres fáceis por metro quadrado é acima da média. O fato é que prefiro deixar esse tipo de conquista barata para o meu roomate.

- Pois então acho melhor você ficar esperto, porque o seu roomate já tentou me passar várias cantadas baratas. E olha que eu sou louca por uma liquidação – ela ameaçou.

- O que é isso? Um paredão? – perguntei, enquanto assistíamos ao BBB no sábado.

- Não, eu já escolhi você faz tempo!

As insinuações em meio à transmissão televisiva nos inspiraram a ensaiar umas carícias debaixo do edredon, mas o desconforto do sofá-cama e o receio de o Felipe chegar a qualquer momento não nos deixavam relaxar. Não, nossa primeira noite de amor não devia ocorrer daquela forma. Acho que desta vez ela entendeu.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quarto próprio

Eu sei que ando ausente deste blog, mas é que estou mesmo muito enrolado, bem mais do que podia imaginar quando começamos isto aqui. Quem diria que, menos de um ano depois de me mudar para Sampa e ainda no segundo semestre do meu curso, já estaria empregado na minha área?

Na verdade, não passa de um estágio conseguido depois de um contato na Campus, mas ao contrário do que se fala por aí, não fui contratado só para servir cafezinho, e a grana até que é razoável.

Também é verdade que, por enquanto, só executo ordens e faço programação, sem um designzinho próprio sequer. O Zé me enche e diz que traí os meus ideais, mas pelo menos tenho algum dinheiro no bolso e não dependo mais de bicos como instalador de Office pirata por aí…

Estou apenas na segunda semana (incompleta) e ainda estou naquela empolgação inicial. O pior foi ter sido obrigado a deixar Ubatuba em plena terça de Carnaval pra começar no emprego na quarta-feira de cinzas ao meio dia. Um absurdo, isso devia ser proibido por lei!

Mas o que mais me surpreendeu foi a proposta do Zé, assim que cheguei em casa, ainda com a mochila nas costas:

- Quer ficar com o quarto do apê pra você?

- Claro que sim! Quem eu preciso matar?

- Ninguém. Andei pensando, e como estou com muita dificuldade para me sustentar, e como não pretendo abrir mão de meus princípios intelectuais em busca de um trabalho ordinário qualquer, acho que podemos fazer uma nova divisão do aluguel. Você fica com o quarto, mas paga 70%, e eu pago o resto.

É lógico que, do ponto de vista financeiro, a oferta não era vantajosa, mas acabei melhorando as condições quando incluí a cama dele na conta e fiz questão de ressaltar que podia trazer quem eu quisesse para o quarto.

Estreei o cafofo neste sábado com a Bella. Sim, nós voltamos a flertar no Carnaval, demos uns beijinhos e… sei lá, essa nossa história está muito enrolada! Ela chegou em casa com a Elena, que ficou putíssima quando soube do negócio entre o Zé e eu, segundo me contou a Bela.

De fato, quando deixamos o quarto para tomar um ar, os dois estavam com uma cara de velório, não sei se com raiva de mim, de um do outro, ou do filme cabeçudo e parado que passava no DVD (em preto e branco ainda por cima!). Pensei até em emprestar o quarto, mas achei que isso só iria piorar as coisas entre eles…

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Todo carnaval tem seu fim

Acredito que não seja surpresa para ninguém que não gosto de carnaval. Mas apesar de não apreciar o festejo popular, nada tenho contra o descanso de três dias que todos temos nesta semana.

Felipe e os amigos sonsos planejaram voltar à casa que alugaram no Ano Novo. E, agora na condição de namorado da Elena, resolveram me chamar para acompanhá-los. É claro que neguei, não só pelo desprazer da companhia mas também pela falta de grana.

Para minha surpresa, Elena decidiu não ir com eles e ficar para me fazer companhia. Ela passou a semana passada quase toda planejando o nosso carnaval romântico: comprou comida no supermercado, vários filmes para assistirmos em DVD e um estoque enorme de preservativos para a nossa prèmiere.

Enquanto Felipe fazia as malas para ir, ela trazia as coisas para cá. Meu amigo mal escondeu a inveja e a vontade de estar no meu lugar, mas ainda veio me desejar um “bom Carnaval” bem falso, para não dizer irônico, antes de pegar a carona para a praia.

Talvez tenha sido praga dele, o fato é que pouco antes de Elena chegar, ainda na noite de sexta, comecei a passar muito mal. Uma ânsia de vômito misturada com dor de barriga, algo indescritível cuja enfermidade não consegui identificar, pois não tive nenhum sintoma externo visível, algo que pudesse ser detectado num pronto-socorro, para onde ela quis me levar.

Dos nossos planos, só conseguimos assistir aos filmes, sugeri até que alugasse mais alguns, já que no domingo já havíamos visto todos. Mesmo estando mal do estômago, me forcei para comer e não ficar ainda pior, mas é claro que nenhuma comida me caía bem e abortava qualquer esboço de recuperação.

O clima até chegou a esquentar algumas vezes, mas expliquei a ela que não estava em condições de lhe proporcionar uma verdadeira experiência romântica. Eu não gostaria que ela me comparasse depois a algum desses nerds tipo o Felipe com quem ela foi para a cama antes de mim.

Bem, só escrevo isso em plena terça de Carnaval, ainda convalescente, porque acho que Elena não entendeu nada e acabou indo embora ontem à tarde. Perguntei se ela voltava, mas só ouvi em resposta da sala a porta batida na minha cara.

É claro que estou chateado pela situação, mas se ela não voltar será apenas mais uma prova de que se trata de mais uma garota tola e fútil cujo destino será correr atrás de idiotas que passam a maior parte do tempo jogando videogames e falando sobre computadores. Qualquer semelhança com alguém que vocês conhecem deste blog não será mera coincidência…

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pós-Campus

Meus níveis de nerdice foram testados duramente na semana passada, em meio ao universo da Campus Party. Imaginei que tudo não passasse de uma grande balada geek onde predominassem a paz e o amor (principalmente o amor!), como uma espécie de festival de Woodstock no Vale do Silício…

Só não contava com aquele bando de malas com disposição para discutir, a sério, temas ainda mais malas como o futuro do software livre. E em plena madrugada! As poucas mulheres estavam acompanhadas e/ou não me deram bola. Até a Bella resolveu me esnobar pra ficar com um carinha metido a hacker, que levou pra Campus um computador no formato da cabeça do Darth Vader!!!

Mas o pior foi ter que usar parte do meu disco de 2 terabytes que comprei especialmente para fazer um caminhão de downloads, aproveitando a conexão megarápida disponível na festa, para baixar uns filmes de arte, daqueles em que todo mundo fica pelado pra falar sobre filosofia. E não foi um pedido do Zé, mas sim da Elena, que resolveu dar uma de intelectualóide só porque está saindo com o meu roomate.

Para não dizer que tudo foi perdido, consegui fazer uns contatos legais por lá, inclusive do sócio de uma empresa de games para celular que se interessou pelo projeto que fiz com meus amigos da facu. Te cuida, Steve Jobs!

P.S.: A pedidos, decidi encurtar um pouco o post, mas não peçam pra fazer um twitter, ok? ;-)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pandora

Acho que a situação deste blog passou um pouco dos limites. A maioria não sabe e espero que jamais saiba quem sou, mas a quantidade de pessoas que já conhecem a minha identidade verdadeira começa a me incomodar, e muito.

Primeiro, o próprio Felipe. Depois, a Vanessa e alguns dos amigos nerds do Felipe e que se acham o máximo só porque têm aqueles iBostas e outras bugigangas tecnológicas. E pensar que a minha intenção, no início, era mostrar o blog para o pessoal da faculdade. Ainda bem que mudei de ideia…

Enfim, acho que chegamos a um ponto de ruptura, agora que a garota com quem estou saindo não só sabe quem sou de verdade como acompanha o blog. Por sorte, consegui convencê-la de que a maioria das coisas que o Felipe escreve aqui não passa da tosca imaginação dele.

Imaginação esta que não foi capaz de ver que a Elena nada tem a ver com a personagem do Street Fighter a quem ele se inspirou para dar o apelido. O tonto provavelmente nem se deu conta de que a pele mais escura vem da ascendência libanesa da família dela. Ao contrário de mim, que viro um camarão quando vou à praia, a pele dela fica bronzeada de verdade.

Pois bem, no sábado combinamos de ir ao cinema assistir Avatar. É claro que, por mim, jamais perderia tempo com esse lixo hollywoodiano, mas achei que seria forçar a barra levá-la para ver algum europeu que, provavelmente, só eu entenderia.

Elena é, de fato, muito diferente das garotas com quem saí antes, e que na verdade se pareciam muito mais comigo. Imaginem que ela não sabia quem era Truffaut! Olhe que as outras poderiam até não saber, mas jamais admitiriam com tanta facidade e sem peso na consciência como ela fez.

Essa falta de conhecimentos básicos, que seria fatal para qualquer início de relação comigo, acabou não atrapalhando. Elena parecia me conhecer tão bem – provavelmente por ter me lido aqui – que era como se estivéssemos juntos há muito tempo. É, assim como o personagem principal do filme, estou me identificando cada vez mais com o meu avatar. Resta saber se conseguirei, ou desejarei, voltar…

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pré-Campus

O Zé protestou, mas consegui convencê-lo a me deixar fazer uma concentração em casa antes da Campus Party dizendo que tentaria convencer as meninas a fazer uma versão do “strip” guitar hero. Eu sei, a Campus ficou pop demais e hoje não passa de vitrine para os babacas das majors mostrarem os seus produtos e gurus se exibirem como salvadores da pátria. Mas quem se importa? O que eu quero é festa (e de preferência com uma conexão megarápida)!

Veio basicamente o mesmo pessoal do Ano Novo, mais uma menina que estava com o Ken, mas ninguém quis jogar. Afinal, ficaríamos conectados o tempo inteiro lá e todos queriam se preservar como se fossem correr uma maratona. Além do mais, o guitar hero é um jogo de velho e de músicos frustrados e só fica divertido depois de muita bebida, e naquela noite só estávamos na cervejinha com pizza de muzarela.

O Zé ficou quase o tempo inteiro no quarto, como sempre. As meninas estavam supercuriosas sobre ele (menos a Bella, que já o conhecia de vista). Queriam saber quem era o cara que dividia o apê e, principalmente, os posts no blog comigo. A passagem dele pela sala em direção à cozinha causou em burburinho entre elas, que estavam juntas no sofá.

O que eu não esperava era que a Elena (logo a Elena, droga!) fosse a mais curiosa de todas. Ela se levantou e o seguiu até a cozinha. Nós ficamos nos olhando em silêncio, mas o barulho do aparelho de som (na verdade, o DVD que usamos como toca CD) nos impediu de ouvir o que se passava por lá.

Foi preciso eu fingir que passava para o banheiro para dar uma espiada e ver que os dois conversavam como velhos conhecidos. Quando voltei (acabei ficando com vontade de verdade de mijar), eles estavam na sala, o Zé no braço do sofá e a Elena de pé, quase grudada nele.

O Zé parecia tímido, nem um pouco parecido com o Zé que escreve aqui no blog. Admito que fiquei com um pouco de ciúmes, mas acho que a vontade maior era a de saber o que eles tanto falavam. A Bella bem que tentou puxar um papo comigo, mas acho que não rolou clima pra gente.

Uma hora o inevitável aconteceu: a Elena e o Zé se beijaram. Foi quando as meninas estavam de saída. Elas iam passar na casa de uma outra amiga antes de encontrar a gente na Campus. Um beijo meio atrapalhado, ou talvez eu tenha achado isso porque queria estar no lugar dele… Provavelmente esse lance não vai muito longe, mas enquanto isso vou me embebedar nessa internet ultraveloz!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Auto ajuda

Provavelmente tem gente que deve achar que eu guardo algum tipo de sentimento negativo em relação ao meu colega de apartamento. Mas não. Eu só consigo sentir pena. O pobre, com os hormônios adolescentes à flor da pele, ficou todo serelepe depois de participar de uma orgiazinha no fim de ano. Se querem saber, eu não trocaria a minha virada introspectiva e criativa por nada.

Também sinto pena da minha pobre ex-namorada, que a essa hora, apesar de não reconhecer e talvez nem mesmo perceber, deve estar chorando a minha falta enquanto se joga aos braços de um idiota qualquer. Sinto ainda pelos leitores que vêm aqui detratar, por pura incompreensão, o meu talento artístico, e se valem de expedientes como a difamação de minha virilidade, como se o sexo realmente fosse mais importante que os valores intelectuais.

Enfim, espero que meus posts ao menos sirvam para levar um pouco de cultura a quem não tem. Seguindo nessa linha, segue mais uma das ideias que trabalho no momento. O papel feminino (como todos) era seu, Vanessa. Espero que você se amargue de arrependimento quando for ao cinema!

Lucas e Andressa resolvem se mudar da cidade do interior onde vivem juntos para tentar a vida na capital. Ele é um jovem escritor e poeta e ela é atriz, mas sustenta os dois dando aulas particulares de inglês. Incompreendido pelos tolos que não reconhecem seu talento, ele sofre por não trazer dinheiro para casa, mas Vanessa não se importa, pois sabe da genialidade de Lucas e se sente recompensada pela voluptuosidade do namorado na cama. [O filme terá uma grande cena de sexo, toda filmada em câmera lenta, à meia luz e de forma poética, não desse jeito vulgar do Felipe]. No final, a bela Andressa, ainda alucinada pela noite de amor, acaba se distraindo ao atravessar a rua e morre atropelada por um ônibus. Desesperado, Lucas toma-a nos braços e escreve versos de despedida com o sangue da amada no asfalto. FIM

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sexo, videogames e rockandroll

Depois de uma semana de muito sol, os últimos dias do ano foram feios em Ubatuba, mas só no tempo. Estávamos abastecidos com dois consoles (PS3 e Wii) e uma quantidade de jogos suficiente para passarmos meses isolados do mundo, sem falar nos três notebooks. Um ladrão faria a festa, eu sei, mas ainda bem que nada do tipo aconteceu…

Bella e eu ficamos no carro a caminho de praia. Fomos no banco de trás, enquanto a Elena e o Akuma iam no da frente. Os outros foram no carro do Ryu (nossa que apelidos horríveis eu arrumei…). Pensei que fôssemos ficar o tempo todo juntos, tipo casalsinho, mas assim que chegamos lá ela me deu um gelo básico e foi dormir no quarto com as outras minas.

Na semana de sol, ficamos na piscina a maior parte do dia, tomando umas cervejas. Os caras eram todos tão ou mais branquelos que eu, vai ver por isso as elas não se animaram de cara. Nesse meio tempo, quem começou a me dar uma trela foi a Mirtes (é o nome dela mesmo!), mas eu fingi que não entendi, com receio de Bella achar ruim e eu acabar ficando na mão no reveillon.

Foi só nos dias de chuva, com todos dentro de casa meio que olhando uns para os outros, que a coisa começou a acontecer. Instalamos os instrumentos do Rock Band na TV da casa que alugamos e começamos a jogar, divididos em duas bandas: a Nexus (eu na batera, Bella na voz, Ken e Akuma dividindo guitarra e baixo) e a PodBand (Ryu, Mirtes, Alex e Elena na mesma ordem).

A ideia de apimentar a coisa foi da Mirtes, eu acho, mas com certeza ela deve ter combinado com as outras antes:

- Sem aposta não tem graça – ela disse.

- E vamos apostar o quê? Estou sem grana aqui – eu falei.

- Não quero seu dinheiro. Vamos fazer o seguinte: quem fizer menos pontos a cada música vai ter que tirar uma peça de roupa.

Meio bêbados, todos topamos na hora. Fiquei meio preocupado porque não estava com uma coordenação muito boa na bateria, mas a Bella no vocal foi ainda pior, pois ela não sabia a letra nem o ritmo da música (escolhida pela banda adversária), de um grupo chamado Garbage e nem conseguiu chegar no final.

A nossa performance foi piorando conforme íamos bebendo (e eu sou muito fraco pra bebida). Mas em compensação ficávamos cada vez mais à vontade. Até que a Mirtes tentou sentar no meu colo pra me atrapalhar enquanto eu tocava bateria em When You Were Young, do Killers, e caímos os dois juntos no chão. Engatamos em seguida em um beijo e pegações ali mesmo.

Acho que a nossa iniciativa acabou atiçando os outros, que tentaram se arranjar como puderam. Acabamos Mirtes, eu, Bella e Alex em um dos quartos, onde havia uma cama de casal e outra de solteiro. No começo, bem que tentamos fazer um acordo, mas acabamos os quatro na cama grande. Pelo menos foi o que concluí quando despertei na manhã seguinte dividindo um pequeno espaço ao lado deles.

Bem que tentamos repetir o ritual nos dias seguintes, mas simplesmente não rolou. Acabei ficando mais uma vez com a Bella, bem rápido, numa tarde, mas ninguém além de nós foi muito mais longe. Uma pena, porque eu estava mesmo era a fim da Elena…

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Rumo a Sundance

Passar as festas de fim de ano sozinho até que não foi ruim. É verdade que foi a primeira vez que passei longe dos meus pais e, depois de dois anos, o primeiro Reveillon sem a Vanessa. Mas imaginem ter de compartilhar o mesmo teto que o Felipe e os idiotas dos amigos dele em Ubatuba ou estar envolvido com alguma garota do tipo dessas que vêm ao blog dos outros espalhar maledicências.

Tive até uma grande ideia para o argumento de um curta, confiram:

“Diego, um jovem e brilhante artista, sai do interior em busca de reconhecimento na capital. Sozinho, depois de ser abandonado pela namorada fútil e mimada, e sem dinheiro, perambula pelas ruas da cidade no último dia do ano. Acompanha, anônimo, a corrida de São Silvestre na passagem dos atletas pela Consolação. Em meio à multidão, anota versos e fragmentos de histórias em seu pequeno bloco de notas que os demais tolos sequer imaginam que se tratam de futuras obras de arte. Antes de voltar para o apartamento, compra no supermercado uma garrafa de Espuma de Prata. Embebeda-se e, pouco antes da meia noite, liga para a antiga namorada, declamando um dos poemas – de uma beleza única - que acabara de escrever no bloco de notas. Do outro lado da linha, ela chora de arrependimento e implora perdão a Diego, que desliga o telefone abruptamente. Na virada do ano, o artista rasga a folha com os versos imortais em mil pedaços e os atira pela janela. Depois de exorcizar os fantasmas do passado, recebe a visita misteriosa de uma bela garota, de quem arranca as roupas e faz amor de forma efusiva enquanto sobem os créditos.”

Vai ser uma delícia um dia reler os comentários desse blog e saber que muitos dos que caçoaram de mim aqui serão meus admiradores…