terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ubachuva

- São 19 primaveras (ou outonos, pra ser mais preciso) e só duas idas à praia em todo esse tempo, não é por acaso esse meu bronzeado de PC…
- E agora que estou aqui em Ubatuba, a uns três quarteirões da praia, quase não saio de casa…
- Na falta da praia, pelo menos a casa que a gente alugou tem uma bela piscina (que já está bem suja a essa altura)…
- Mas quem sairia para a praia se estivesse tão bem acompanhado como eu?
- Comigo são oito pessoas: a Bella, o Ken, o Ryu, o Alex, a Elena, o Akuma e a Mirtes…
- Os cinco caras começaram dividindo um dos quartos e as garotas o outro. Mas depois de tudo que rolou desde quarta-feira, ninguém mais sabe onde vai passar a noite…
- Passei horas pensando nos apelidos e tirei quase todos da série Street Fighter, exceto pela Bella e a Mirtes, que têm esse nome mesmo e achei engraçado escrever aqui…
- Falando em videogame, os jogos andam bem quentes por aqui, mas depois conto mais… Feliz ano!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Garotas e garotas

O Felipe resolveu viajar na sexta-feira para passar o natal na praia e fingiu ignonar o meu apelo para apagar um comentário impertinente no post anterior. Eu tinha planos de passar o fim de ano em Bauru, até descobrir que a minha reputação também estava meio queimada por lá.

Apesar de dizer que não se importa mais e até de arrumar outro cara, é claro que a Vanessa não deixa de acompanhar esse blog. E ela acreditou mesmo que eu tivesse sido capaz de ir para cama com outra garota enquanto estávamos juntos.

- Quem é essa Majô? – ela me perguntou, ao telefone.

- Não sei, já pedi para o Felipe apagar esse comentário, mas ele sumiu do mapa, nem o celular atende.

- Como você pode fazer isso comigo, depois de tudo que eu aguentei do seu lado?

- Como assim? Vai dizer que acreditou naquela bobagem?

- Ora, será que depois de tudo o que aconteceu você ainda acha que não tem nenhum problema?

- Vanessa, essa garota que escreveu no blog é louca, eu…

É claro que ela não me deixou explicar. E também não vou reproduzir aqui o que ela me disse, apenas que foi o suficiente para ferir (um pouco) a minha autoestima.

Não é todo dia que você descobre que a garota com quem você esteve comprometido e apaixonado por dois anos é uma qualquer que ficava pensando em outros caras enquanto fazia amor e ainda tem a cara de pau de chamá-lo de… bem, vocês sabem o termo para homens incapacitados de dar prazer a uma mulher.

Entendo que ela estava com raiva por pensar que eu a traí, e só por isso resolveu me xingar e dizer todas essas mentiras. Por outro lado, esse deve ser um sinal inequívoco de que ela ainda me ama, apesar de insistir em dizer o contrário.

Deve ser mesmo difícil esquecer alguém como eu, Vanessa é uma pessoa inteligente, ao contrário dessas que o Felipe traz para casa só para me provocar, e aquele papo de sexo deve ter sido apenas uma maneira subjetiva de ela querer me atingir.

O nível intelectual das garotas em geral é mesmo muito baixo, mas um dia hei de encontrar alguma que consiga me compreender em toda a minha complexidade. Alguém se habilita?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lua nova

Às vezes (ok, quase sempre) eu me imagino dentro de um videogame, como se a minha vida fizesse parte de um grande jogo criado por alguém sem muita imaginação ou com poucos recursos tecnológicos. Afinal, por mais que eu passe de fase, acabo enfrentando sempre os mesmos desafios. Mas desta vez acho que o final será diferente.

É claro que não gostei nada do último post do Zé. Se bem que acho que mais uma vez ele se queimou sem querer, e ainda me deu uma fama que eu não quero nem tenho.

A Bella nem precisou de muito esforço pra descobrir o blog, provavelmente algum amigo meu acabou passando o endereço pra ela. Difícil foi convencê-la a não partir a cara do Zé, que se trancou no quarto ao me ouvir no interfone autorizar a subida dela. Ela bateu na porta várias vezes, mas ele simplesmente se fingiu de morto, cheguei até a ficar preocupado.

Foi então que implorei por desculpas, quase chorando. Estava disposto a apanhar por ele e por mim, que poderia muito bem ter apagado o post.

Mas ela não parecia brava, nem mesmo com o Zé.

Só fui entender as intenções dela depois de ser empurrado no sofá. Nem deu tempo de transformar em cama, fizemos tudo ali mesmo, quase não consegui tirar o meu macbook da frente, ou melhor, das minhas costas.

Desde então, outros encontros acabaram acontecendo. Sempre no sofá e sempre com o Zé no quarto, puto da vida, provavelmente. Acho que estou sendo feito de objeto, ou de videogame, nas mãos de Bella, mas quem disse que eu me importo?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Os idiotas

Prometi a mim mesmo que não ia mais atualizar o blog, mas aqui estou eu de novo. Acho que um dia, quando for um cineasta consagrado, vou reler estes posts e rir muito das bobagens que escreveram e comentaram a meu respeito.

Mas enquanto esse dia não chega, preciso conviver com a minha rotina de falta de grana. O Felipe pensa que me fez um favor ao assumir a minha parte na conta da banda larga e a TV a cabo, mas isso já devia ter acontecido há muito tempo, já que é só ele quem usa essas porcarias.

Nessa reta final de faculdade, em meio aos trabalhos e provas, decidi me dedicar um pouco mais, mesmo sabendo que tenho pouco a aprender, os professores são todos uns idiotas. Imaginem só que o meu professor de Argumento teve a coragem de dizer que eu precisava ler mais se quisesse melhorar o meu texto! Ora, vá dizer isso ao analfa do meu roommate

Se não leio mais (não que eu precise, leio porque acho importante intelectualmente), a culpa é dele, que justo agora resolveu dar uma de Don Juan. Depois da cachorrinha Lulu, chegou em casa no sábado à noite com uma garota a tiracolo, provavelmente mais uma idiota fã da série Crepúsculo que acha o Felipe parecido com o Edward só por causa do cabelinho espetado e da pele branquela.

E vejam a proposta indecente que o nosso vampiro me fez: alugar o meu quarto para ele passar a noite com a tal idiota. É claro que eu neguei, apesar de estar mesmo precisando de alguma grana. Os dois acabaram no sofá e eu preso no quarto. E ainda fui obrigado a ouvir os gemidos estridentes da idiota boa parte da noite, como se garotas de verdade fizessem mesmo esse tipo de coisa… ha ha ha

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Game over

- A culpa é sua! – gritou o Zé, apontando o dedo para mim, que mal havia acordado e ainda estava deitado no sofá na quarta-feira de manhã.

- Como?

- Pensa que eu não sei que esses comentários no blog são todos tramados pelos seus amiguinhos?

- Desculpe, eu não vi nada. Cheguei tarde ontem, estou enrolado com os projetos e os trabalhos da facu...

- Ora, ora! Já está se defendendo! Te peguei, te peguei! – ele gritou, soltando cuspe pela boca bem onde eu estava.

- Posso saber o que aconteceu?

- Você sabe! Andou espalhando pelo blog que a minha noite de amor com a Lara era mentira!

- Eu não. Não vê que eu não faço outra coisa além de arrumar os bugs desses mapas? Além do mais, qual o problema, ninguém além da Vanessa sabe quem é você mesmo, pode mentir à vontade...

- Você está insinuando que eu menti? Repete, repete se for homem – ele ameaçou, quase se deitando sobre mim.

Por um momento, pensei que ele fosse me dar um beijo na boca. Não sei direito, mas acho que foi ao imaginar essa cena que não aguentei e comecei a rir. No começo, foi uma risada meio abafada, pois estava mesmo com medo de que ele me batesse, apesar de que ele é tão frágil que na certa quebraria a mão. Mas quando ele perguntou “tá rindo do quê?”, não resisti. Gargalhei, de cair do sofá-cama e desabar no chão.

O pobre do Zé ficou sem ação, parado. Depois, tentou dizer que realmente tinha pegado a Lara, e começou a falar que eles transaram em todos os cantos da casa. Mas tudo o que ele dizia era motivo para eu rir mais e mais, podia ser sobre Lara ou sobre a previsão do tempo.

Sei lá, acho que enfim perdi o mínimo do respeito que ainda sentia por ele, em nome dos tempos de escola. Aquele Zé que eu conheci é totalmente diferente desse com quem eu divido apartamento, e acho que o blog me ajudou a descobrir isso. É como se aquele game que você passou meses para fechar de repente se tornasse uma moleza e sem desafio nenhum.